São Paulo, 20 de Agosto de 2022

Tudo é muito sério. “Juízo hein!”, é o que escutamos centenas de vezes na vida.
Às vezes é hora de perder um pouco desse juízo.
O tempo de todos nós é finito. E tirando alguns videntes, não sabemos o quanto durará esse tempo.
Quando jovens traçamos rotas. Fazemos planos de curto, médio e longo alcance. Mas o tempo passa, e, claro, nem tudo acontece como o desejado. Mesmo porque o desejo muda.
Levamos uma vida muito séria. É tudo tão pesado. Política, doenças, morte, miséria, fome, plano de saúde, agradar aos outros, seguir regras sociais e religiosas, seguir “na linha”.
Chega uma hora que devemos nos preocupar menos e viver mais. O tempo passa tão depressa….
Pessoas jovens tendo AVC. pessoas jovens tendo crises e mais crises de pânico e ansiedade. Essas pessoas próximas a mim. Parentes e amigos. Estamos doentes. Todos estão doentes. Isso tudo porque levamos a vida a sério demais. Nos levamos a sério demais.
“Somos feitos de silêncio e som”, canta o poeta musical Lulu Santos.
Talvez seja simples assim. Silêncio e som. Eu poderia enumerar centenas de silêncios e sons que permeiam nossa vida. Deixo para você, amigo leitor, o exercício de pensar: quais silêncios você sente falta? E quais sons? De quais silêncios você quer distância? E de quais sons?
Agora, exatamente agora, você pode! Vá atrás! Seja para ficar perto ou para se distanciar desses silêncios e sons.
Está na hora de rir mais. Está na hora de viver mais. Está na hora de perceber que a hora é apenas a marcação do tempo. Mas o tempo é o que vivemos dentro de cada hora.
Escrevo e leio cada palavra aqui. Dezenas de vezes. Para que eu nunca deixe de viver o tempo e suas horas. Para que o passado não reja meu presente e não possa vir a estragar o meu futuro. Para que eu não chegue no fim da vida tendo que recorrer ao “epitáfio” dos Titãs “Devia ter arriscado mais… E até errado mais…. Devia ter complicado menos…. Ter visto o sol se pôr…”
IMAGEM POR Asad Photo Maldives | PEXELS