São Paulo, 19 de Junho de 2022

Existe um “eu” que ainda está no passado.
Mas o passado não está presente.
Tudo passou, e lá ficará.
Esse eu não existe mais.
E quem estava presente nesse passado de que sinto saudade, também não está mais aqui. Também não existe mais.
Então por que o passado ainda mexe tanto com o presente?
Pelo simples fato de que ficamos presos ao que era bom.
A boa comida, a boa viagem, a boa companhia, o bom amor.
Pela memória do passado, temos medo de arriscar o novo, e, assim, perdemos a chance de algo ainda melhor do que o que já vivemos.
Por medo de encarar o processo, seja o processo de soltar o passado, seja o processo de viver o presente, seja o processo para criar o futuro, perdemos as chances viver agora os bons momentos.
Processos são difíceis em si sós. Toda mudança é difícil. Ainda mais a mudança interna.
Falo por mim. Falo de mim.
Mas talvez eu fale de você.
Talvez eu fale para você.
E talvez eu falando, eu escute. Talvez você escute.
Pois o passado… passou.
E em um passado ainda bem “próximo” eu já sentia saudade do passado distante. Isso prova que, mesmo no presente, as vezes, já vivemos apenas pelo passado.
Ou pelo desejo do futuro.
Está na hora de me arriscar por um novo presente.
Está na hora de você se arriscar por um novo presente.
Para que no futuro tenhamos novas boas lembranças do passado.
Você, as suas. Eu, as minhas. Nós, as nossas.
Seja quem for você. Seja quem for eu. Seja quem formos nós.
E quem sabe essas novas lembranças sejam um incrível presente a ser intensamente vivido no presente.
Saber de tudo isso não basta.
Tem que querer.
Tem que fazer.
Tanto você
Quanto eu.
IMAGE POR Akwice | PEXELS