São Paulo, 16 de Maio de 2022

Sinto como se as palavras tivessem acabado. Não encontro rima, não encontro resposta, não sei a pergunta, não encontro métrica, não encontro os sons.
E mesmo assim quero continuar escrevendo! O tempo todo! O dia todo!
De onde vem tanta paixão por tão poucas palavras? Meu vocabulário é restrito. E sei que só há uma forma que ampliá-lo: LER!
A leitura é uma arte única. Muitos não gostam de ler. Só de pensar em pegar algo para ler já se afastam, se fecham, se isolam. Talvez nunca tenham tido o estímulo certo.
Sou leitor por parte de mãe. Meu pai, eu leitor voraz, fez “leitura dinâmica”. Então tudo é muito “rápido” para ele. Mas, minha mãe, não. Eu a acompanhava semanalmente na biblioteca municipal do bairro. Eu devia ter 7, 8 anos de idade. Ela sempre estava, e está ainda hoje, com um livro por perto. À época, enquanto ela lia “20 mil léguas submarinas”, eu lia “Asterix”. E foi o que bastou para iniciar essa paixão arrebatadora.
Lembro do primeiro livro que ela me deu: “O mistério da mansão mal assombrada” – Giovanna, minha amada afilhada, aguardo a devolução do livro! Hehehhe – Naquelas páginas de um livro infantil senti pela primeira vez o que era a leitura e como ela poderia me levar à tantos universos imaginativos sem sair do lugar. Depois de alguns anos veio o grande “salto”, com o “O Senhor dos Anéis”. Devorei as mais de 1000 páginas. Lia dia e noite! E não parei mais. Foram incontáveis livros (bem menos do que gostaria). A cada livro a mente se desprendia do corpo. Imaginar a porta do mosteiro de “O nome da Rosa”, criar na mente cada cenário do “Silmarillion”, se aprofundar na mente do “Drácula”.
Surgiu então a incontrolável vontade de escrever. No começo, apenas histórias soltas. Parte de uma viagem alucinante (sem adição de nenhum entorpecente) que apenas uma pessoa teve acesso até hoje (um dia irei compilar esses pequenos trechos em algo maior). E veio meu primeiro livro (15 anos escrevendo o mesmo livro, ainda não publicado), e meu primeiro livro publicado (“Tomé e Tamu”, meu primogênito). Por fim esse blog ao qual escrevo.
Não parei mais. E não quero parar. Nunca!
Quando estou feliz, estou irradiando alegria, quero escrever. Quando estou triste, quero escrever. Quando estou entediado, quero escrever. Quando estou “procrastinando”, faço isso escrevendo.
Qual é a magia contida nas palavras? Por que elas têm esse encanto tão grande sobre mim? Qual o motivo para eu escrever, escrever e escrever o tempo todo?
Porque quero me expressar!
Minha mente é rápida. Muito rápida. Sou ávido por ler, escutar, conversar, assistir, conhecer, aprender. A mente ferve! Frita! E não para!! Como uma panela de pressão, preciso dar vazão à esses pensamentos.
Não sei quem lê o que escrevo. Está na internet, está no mundo. Qualquer um, de qualquer idade, pode ler. E talvez seja exatamente o que desejo. Atingir ao máximo de pessoas possível. Quero de cada um que lê o que escrevo pare um segundo que seja para refletir, para pensar! E se ninguém ler, não tem problema! Eu lerei!! E para mim, terá sido suficiente!
Agradeço à tantos que me apoiaram até aqui. Foram muito familiares e amigos que, de uma forma ou outra, deram o suporte que tanto precisei.
À eles dedico esse texto. Aos que nunca deixaram faltar lenha na fogueira de minha paixão pelas palavras.
IMAGEM POR Tatiana Syrikova | PEXELS