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O FIM, A TRANSFORMAÇÃO E UMA XÍCARA DE CAFÉ

São Paulo, 27 de Abril de 2022

Quanta vezes algo termina? Simples: tantas quantas começarem!

Somos seres insistentes, inconsequentes e até um pouco insolentes. Temos o péssimo hábito de não acreditar no fim. Levamos a disputa eleitoral ao TSE.  Levamos a partida de futebol ao TJD. Levamos a o stress do serviço para casa. Levamos a briga de casal para cama. Levamos a briga do WhatsApp para o almoço de família. Levamos tudo ao extremo. Porque não aceitamos o fim. Não aceitamos perder. Simplesmente não aceitamos.

Essa insistência é mais forte que a consciência. Talvez seja o ego, talvez seja o medo, não sei ao certo. Incorremos nos mesmos erros, vezes e mais vezes. Quebramos a cara e permanecemos ali, de cara quebrada, orgulho ferido, mas de pé.

Queimamos a língua no café quente. Aquele líquido fumegante, seu aroma incomparável, sua suave fumaça carregada de notas adocicadas, de perfume inconfundível. Simplesmente não esperamos! Lá está nosso lábio encostando no puro ouro negro. Uma, duas, três vezes!

– Caramba, tá quente porra! Em um segundo não vai ter esfriado!

Mas não aprendemos. Temos pressa. Queremos, e queremos para agora. Mal acaba já queremos outro café. E nos queimamos de novo e de novo e de novo. Dia após dia.

Somos um misto de pressa do “agora” e incredulidade com o “fim”.  Uma mistura bombástica. Ingredientes perfeitos para desandar o bolo da vida. Ou embatuma ou murcha.

Precisamos de uma coisa tão besta, mas tão difícil de conseguir: entender que nada tem começo, meio e fim. Que tudo tem seu tempo.  Que tudo se transforma.

A amizade vira amor. O amor vira amizade. A confiança vira desprezo. A desconfiança vira cuidado. O medo vira alerta. A coragem vira vitória. O sono vira insônia. A vida vira morte. O dia vira noite. O amanhã vira hoje. E o hoje vira ontem.

É uma eterna transformação.

Aceite o “fim”, pois ele é apenas o “meio” de uma longa jornada. Deixe aberta a porta, não tranque. E ao abrir a porta, saia! Veja que no mesmo dia pode chover e fazer sol, e que as flores só se abrem porque existem ambos que se alternam o tempo todo. Assim é com a vida, com as vitórias e derrotas, com as alegrias e tristezas, com os começos, meios e fim, com as xicaras de café!

Não deixe o café esfriar! Mas cuidado para não se queimar todas as vezes!

Uma hora, você pode deixar de sentir o gosto… pela vida.

IMAGEM POR kaboompics | PEXELS

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Emma Dee McCabe
Emma Dee McCabe

Author/ Photographer
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