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O QUE RESTA

São Paulo, 19 de Março de 2022

Algumas horas tudo é alegria. Outras tudo é o inverso.

Me sobra aqui, esse blog, para me expor. Quero gritar ao mundo, mas não sei o que. Quero ajuda, e não sei de quem, nem para que. Tenho dúvidas e medos, e não sei quais são. Tenho sonhos, mas não lembro mais deles. Tenho amor, e de nada serve.

Estou perdido. E desesperado por me encontrar. Por um instante achei que já estava bem. De novo. Vendi uma confiança irreal. À todos. Era como se eu já tivesse superado. Mas não superei. Apenas aprendi um pouco a como viver com isso. Mas pouco. Muito pouco.

Graças a Deus tenho família e amigos, e por isso tenho apoio. Mas não está fácil. Já não dói. Não é essa a sensação. Nem de solidão.

É medo. E falta.

Esse é um texto de uma pessoa em processo de mudança. Uma pessoa que apostou tudo, e ganhou. Ganhou muito, por muito tempo. E como sou grato. Queria agradecer, e não posso.

O problema é que não se pode ter tudo. É preciso aceitar o fim dos ciclos. De verdade. Aprender, compreender, viver o luto.

Não está fácil. Não mesmo.

O que passou na minha cabeça? Que eu podia esconder isso tudo? Não, não posso. Isso tudo ainda está vivo demais dentro de mim.

Eu preciso aprender a ser suficiente para mim mesmo. Não sei o que será do dia de amanhã. Mas sinto muita falta. Muita. Demais. É como se uma parte de mim tivesse sido violentamente arrancada. Já parou de sangrar faz tempo. Ainda está cicatrizando. Mas eu passei a procurar de todas as formas algo para preencher esse vazio, ao invés de aprender a conviver com ele.

Terei que encontrar novas formas de sentir. Sentir muitas coisas. Mas tenho medo. Medo de nunca mais ter o que eu tinha. E isso que eu tinha, é difícil de explicar. E o problema é que ainda queria ter. Ainda quero.

Terei que aceitar. A dor, o sofrimento, a perda. Eu estou aqui. Vivo. Hoje posso ser mais do que eu era. Ter mais. Fazer mais. É preciso seguir em frente.

Esse turbilhão corre em lagrimas pelo meu rosto. Me entorpeço de cultura para ocupar minha mente. Filmes são meu balsamo, e neles me apoio hoje. E sempre. Pois ali outras realidades existem. Realidades paralelas.

Quem sabem em uma delas eu encontro a minha.

IMAGEM POR Ben_Kerckx|PIXABAY

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Emma Dee McCabe
Emma Dee McCabe

Author/ Photographer
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