São Paulo, 27 de Novembro de 2021
Fazemos planos. É natural. Impossível viver sem eles. Podemos planejar a curto, médio e longo prazo. Aprender a lidar com a vida quando eles mudam é uma benção. Não gosto viver sem os planos, mas já não me sacrifico para executá-los, nem me desespero se eles não acontecem. Eu troco. Sou flexível. E sou mais feliz.
Alguns planos são maiores. Talvez não sejam planos, talvez sejam metas. Não sei se dar nomes ajuda ou atrapalha. As vezes a vida é burocrática demais.
A busca por conseguir atingir esses planos é o que nos move. Nos faz acordar, trabalhar, lutar. Faz ceder, faz trocar, faz esperar e respeitar. Uns tem pouca paciência e logo fazem adaptações em seus planos, trocando partes deles para que se torne mais “fácil”. Outros apenas insistente, lutam e aguardam.
As vezes esses planos são derrubados de fora para dentro. Nessa hora sua estrutura vai balançar. Mas não é hora de cair. É hora de flexibilizar ainda mais. Nessa hora os planos podem mudar radicalmente. Também faz parte.
Hoje vivo de pequenos planos. Pequenos desejos. Pequenas realizações e doses de alegria. São as doses que me mantem vivo. Mas não consigo QUERER planejar com maior distancia, enxergando ao longe. Não é que eu não consiga. Apenas não quero. Estou cansado. Muito cansado. Anos e anos de planos, desejos, sonhos e expectativas, que foram arrancados de mim. Agora sou apenas isso. Doses de alegria.
Estava indo por um caminho ruim. De “acomodação”. Mas a vida adora nos surpreender. E novas pessoas, novos elementos foram colocados em minha frente para me mostrar que existe continuação. E que eu posso e mereço voltar a querer, a sonhar, a fazer os planos. Agradeço por isso.
Sinto muita falta de algo que não dá para explicar. A felicidade tinha um algo “a mais” antes. É como o “uamami” da comida. Tudo que faço é bom, mas ao mesmo tempo é “raso”. Falta algo.
O tempo, essa força incontrolável, cuidará de colocar tudo no lugar.
À mim, o que resta é ir em frente.
E “Bora” pro próximo pequeno plano.
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