São Paulo, 15 de Abril de 2021

“Minha irmã trabalha na vigilância sanitária, e uma médica de lá disse que quando aparecerem os primeiros sintomas, é só fazer a carga de Ivermectina. 1 comprimido a cada 30 kgs. Por dois ou 3 dias, e passa tudo. A Ivermectina vai direto no lugar que o COVID se instala.”
“Ele tomou Anitta, ficou mal uma semana mas passou tudo”.
“Toma! Mal não vai fazer1 Ninguém nunca passou mal com vermífugo!”
Tenho escutado essas declarações. Tenho lido declarações como essas todos os dias, em todos os lugares. São as conversas de rua, são as trocas de mensagens, são os posts nas redes sociais.
Quando foi que vermífugo passou a ser antiviral? Quando foi que um vírus se tornou um verme, ou vice-versa?
Até onde me recordo das aulas BÁSICAS de biologia e ciências na escola, são seres de classes e espécies completamente distintas.
Levanto uma questão: Se fosse assim eficiente, porque temos ainda tantos mortos? Não era só todo mundo tomar, então? Usar o “Kit COVID”? Invermectina, Azitromicina e Cloroquina? Legal, né? Um vermífugo, um antibiótico (para bactéria) e um remédio para malária (um protozoário).
Quando foi que a lógica foi jogada pelo ralo? Quando foi que a ciência foi descartada?
Já fazem 18 meses do início da pandemia. 18 meses com centenas de cientistas, computadores de ponta, médicos renomados e bilhões investidos em pesquisa.
TODAS pesquisas cravam que esses remédios acima não resolvem. É simples, é lógico. As pessoas que tomaram e melhoraram provavelmente iam melhorar com ou sem esses remédios. Não foram eles que te salvaram. Milhares de pessoas se recuperaram, com ou sem eles. A questão é que esses remédios podem lhe fazer mais mal que bem. Ai é que está a questão. Além de não resolver, podem prejudicar outras partes do corpo.
Me parece tão simples de entender…